08 de Maio de 2012 - 11h:13

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Grupo Coral pede recuperação judicial

Por: Jornal O Popular

A decisão tem o objetivo de reequilibrar custos operacionais e garantir a sobrevivência da empresa, que tem uma dívida de R$ 80 milhões.

Depois de interromper 50 contratos na última semana e demitir mais de 2 mil funcionários, o Grupo Coral entrou na tarde de ontem com pedido de recuperação judicial visando reequilibrar custos operacionais e garantir a sobrevivência do negócio. As medidas foram resultado da crise financeira enfrentada pelo grupo neste ano, que culminou com o acúmulo de uma dívida de R$ 80 milhões com credores (90% são bancos).


Considerada a maior representante do mercado brasileiro de prestação de serviços de limpeza, conservação e segurança, a empresa goiana atendia cerca de 2 mil empresas e gerava 7 mil empregos diretos no País. Com sede em Aparecida de Goiânia e 39 anos de experiência, mantém contratos e presta serviços a estabelecimentos públicos e privados em todos os Estados do Centro-Oeste, além do Tocantins, e nos Estados do Sudeste.

O pedido de recuperação, assinado por representantes do escritório Zaiden, Correia, Gonçalves, Diniz e Issy Adovogados, foi protocolado na Justiça de Goiânia como alternativa de reestruturação econômica do grupo, conforme informado por nota. A distribuição do pedido entre as varas cíveis deve ocorrer na sexta-feira, já que hoje é dia de recesso forense por conta da comemoração do Dia da Justiça.

prazo

Caso o pedido de recuperação seja deferido pela Justiça, o Grupo Coral terá prazo de 60 dias para elaborar um plano de reestruturação. Em seguida, esse plano será submetido à assembléia dos credores. Por ser uma empresa especializada na prestação de serviços, os credores não passariam de 20, representados por fornecedores de crédito, o que facilitaria as negociações.

Por meio de uma nota, o grupo informou que quase todos os 2 mil funcionários demitidos foram relocados em outras empresas do ramo de prestação de serviço. Em alguns casos isolados, afirmam, alguns empregados teriam optado pela não contratação. "O trabalho de reestruturação está sendo feito para a proteção aos interesses dos mais de 5 mil colaboradores que continuam trabalhando na empresa", destacou.

O grupo ainda informou que, como causa do pedido de recuperação judicial, está a crise que se disseminou pelo ano de 2011, dificultando o acesso ao crédito. "No caso da Coral, esse cenário foi agravado pelos contratos que fizeram a empresa, entre outras ações, refinanciar folhas de pagamento e contrair dívidas com bancos para manter suas atividades e seus funcionários com os pagamentos em dia."

Apesar de contratos com empresas como Goiânia Shopping e Buriti Shopping terem sido encerrados, outros 600 contratos foram mantidos. Inclusive, com o governo do Estado de Goiás. A Coral, além de oferecer seus serviços na segurança e limpeza de boa parte das secretarias estaduais, é responsável pelo fornecimento de marmitas aos detentos do Complexo Prisional.

A Agência Goiana do Sistema de Execução Penal (Agsep), por sua vez, também garantiu ontem que não há riscos da suspensão do fornecimento de alimentos e que o contrato segue dentro da normalidade e legalidade.

Cenário

O Grupo Coral entrou com pedido de recuperaçãop judicial após fechar o primeiro semestre de 2011 com o maior faturamento para o período de sua história. A empresa obteve, de janeiro a junho de 2011, faturamento de R$ 92 milhões. O número apresentou crescimento de 16% em relação ao mesmo período de 2010, quando faturou R$ 79 milhões.

O grupo obteve crescimento em todos os negócios, dentre os quais alimentação e segurança foram os mais significativos. No negócio alimentação, os destaques foram para as implantações das novas unidades dos restaurantes The Reef e da rede de fast food Snack Chef, todas marcas próprias da Coral Chef, empresa do Grupo Coral. No ramo de segurança ocorreu a aquisição da carteira de clientes da concorrente Nortec.

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