30 de Março de 2020 - 15h:25

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Economia brasileira cresceu 0,7% em janeiro, aponta Monitor do PIB da FGV

Continuidade de retomada já fraca não se sustentará frente a pandemia de coronavírus, avalia instituição

Por: G1

A economia brasileira cresceu 0,7% em janeiro contra dezembro, aponta o Monitor do PIB, calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e divulgado nesta segunda-feira (30). No trimestre móvel de novembro a janeiro, o crescimento foi de 0,2% contra o encerrado em outubro.
 
 
Na comparação interanual, a economia apresentou crescimento de 1,2% tanto em janeiro quanto no trimestre móvel findo em janeiro. Tanto na comparação ajustada sazonalmente quanto na interanual, houve crescimento das três grandes atividades econômicas (agropecuária, indústria e serviços), diz a FGV.
 
Pela ótica da demanda, o único componente a apresentar retração nas duas bases de comparação foi a exportação.
 
 
“A economia inicia 2020 com resultado positivo em janeiro (1,1% na taxa acumulada em 12 meses) na comparação com dezembro evidenciando a continuidade da lenta e medíocre retomada que vinha tendo desde 2017, quando iniciou-se o período expansivo após a recessão iniciada em 2014", afirma o coordenador do Monitor do PIB, Claudio Considera.
 
"No entanto, mesmo o fraco crescimento econômico deste trimestre móvel findo em janeiro, que foi impulsionado tanto pelo consumo quanto pelo investimento, não se sustentará ao longo do ano frente aos desafios econômicos e sociais que estarão sendo sentidos a partir de março, com a chegada da pandemia do coronavírus”, completa.
 
 
Consumo das famílias
 
O consumo das famílias cresceu 1,4% no trimestre móvel findo em janeiro, em comparação ao mesmo trimestre do ano anterior. Destaca-se, neste resultado, que o consumo de produtos não duráveis (que representa cerca de 30% do consumo das famílias) passou a contribuir negativamente (-0,1 p.p.) para o total, após ter contribuído positivamente em torno de 0,4 p.p., na segunda metade de 2019.
 
 
Esse recuo de 0,2% no trimestre móvel é o principal responsável pela desaceleração observada no consumo das famílias. O movimento é explicado principalmente pela desaceleração do consumo de produtos de origem interna, notadamente por produtos de hipermercados.
 
A FGV utiliza a série trimestral interanual na análise desagregada dos componentes da demanda por considerar que esta apresenta menor volatilidade do que as taxas mensais e aquelas ajustadas sazonalmente, permitindo melhor compreensão da trajetória de seus componentes.
 
 
FBCF e comércio exterior

A formação bruta de capital fixo (FBCF) retraiu-se em 1,2% no trimestre móvel findo em janeiro, em comparação ao mesmo trimestre do ano anterior. É a segunda queda consecutiva dos investimentos com retrações nos componentes de máquinas e equipamentos e da construção. 
 
 
A retração de máquinas e equipamentos é, em grande parte, explicada pelos segmentos de tratores e de equipamentos de transporte em geral.
 
A exportação apresentou queda de 8,8% no trimestre móvel findo em janeiro, em comparação com o mesmo trimestre do ano anterior. Essa é a maior retração, nesta comparação, desde o quarto trimestre de 2014. A exportação está em queda desde o trimestre móvel findo em julho e, no trimestre findo em janeiro, destacam-se as retrações significativas dos bens de capital, produtos agropecuários e bens intermediários.
 
Apenas a exportação de bens de consumo apresentou crescimento neste trimestre.
 
A importação retraiu-se em 2,0% no trimestre móvel findo em janeiro, comparativamente ao mesmo trimestre do ano anterior. Houve retração nas importações de bens de capital e de serviços e desaceleração da importação de bens intermediários, que, embora tenha crescido no trimestre (2,8%), está com taxas menores que as apresentadas em 2019. Estes três componentes foram os principais responsáveis pela retração das importações. Esse cenário, de certa forma, é similar ao que aconteceu no quarto trimestre de 2019, apenas com uma queda mais acentuada das importações, diz a FGV.
 
A taxa de investimento no mês de janeiro foi de 15,2%, na série a valores correntes. Em termos monetários, o PIB em valores correntes foi de aproximadamente R$ 615,121 bilhões em janeiro.
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